A atriz lançou um caderno espiritual onde partilha os conceitos que a fizeram encontrar o equilíbrio. Leia a entrevista da NiT.
A atriz está grávida
Lisboeta “de gema”, como gosta de dizer, Joana Duarte tornou-se conhecida na série juvenil “Morangos com Açúcar”, da TVI, onde interpretava a doce Matilde Gouveia. Nos últimos anos não a vimos com frequência em projetos televisivos, mas fora do ecrã, a também instrutora de ioga tem dado muitas cartas. A sua página de Instagram conta com mais de 560 mil seguidores e é a plataforma onde a atriz se dá a conhecer: aventureira, meiga e com um respeito enorme pelo seu corpo e pela natureza.
Grávida do primeiro filho, Joana Duarte, de 36 anos, lançou um livro a 20 de outubro. Em “Manifesta os Teus Sonhos”, partilha os conceitos que a fizeram encontrar o equilíbrio. Dividido por temas e repleto de práticas, rituais e frases inspiradoras, este caderno espiritual conduz-nos, passo a passo, por uma jornada de integração e despertar espiritual. Segundo a autora, quando tomamos consciência do lugar onde estamos e para onde queremos ir, os nossos sonhos começam a manifestar-se no nosso quotidiano.
A NiT falou com Joana Duarte sobre o livro, que foi publicado no mesmo mês em que é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental.
Quando surgiu a ideia de escrever este livro?
Surgiu mais ou menos há um ano, quando voltei da Austrália. Lá existe muito esta prática do journaling, ou seja, de escreveres o teu próprio diário, mas na idade adulta. Em Portugal temos essa prática em pequenitos, mas depois acaba por se perder um bocado. Tanto na Austrália, como nos Estados Unidos da América, existe muito a prática de as pessoas continuarem a escrever o que é que querem melhorar, o que é que querem alcançar, de tomarem as suas notas. E sempre gostei da ideia de ter uma agenda minha, com uma ilustração bonita onde tivesse rituais, passagens inspiradoras e onde as pessoas pudessem, de alguma maneira, ir escrevendo. Entretanto, em conversa com a Porto Editora e a Albatroz, foi-me proposto um projeto em parceria e aí apresentei a minha ideia de fazer algo tipo agenda. Chegámos à conclusão de que seria melhor fazer uma coisa sem ser datada, porque faria muito mais sentido para a pessoa que a comprasse. Desta forma poderia usá-la em qualquer altura do ano — ou da vida. E foi assim que nasceu o “Manifesta os Teus Sonhos”. Um caderno espiritual que tem rituais, exercícios e onde tens o teu próprio espaço de escrita, onde podes aplicar o que aprendeste nos temas.
Como é que manifestar os seus sonhos e aquilo que queria para a sua vida a ajudou?
Sou uma pessoa com muita fé. Não é fé em Deus, ou religiosa, é fé. Fé em acreditar no bem. Acreditar que consigo atrair mais coisas boas do que más, porque acredito que é uma questão de atração. No meu caso, a manifestação ajuda-me muito a alcançar os meus sonhos porque estou a manifestar uma coisa positiva, em vez de uma coisa negativa. Estou-me a virar para o lado bom, em vez de me virar para o lado mau. E estou consciente da minha decisão e isso é muito importante.
Olhando agora para trás, e tendo em conta que teve de mergulhar nas suas memórias para escrever o livro, como resumiria a sua experiência?
É um desafio muito grande, até porque não tenho muito o hábito da escrita. Foi uma construção mais por tópicos. Ou seja, os tópicos que estão no livro são os mesmos que aprendi em terapias e workshops e me ajudaram bastante. E depois foi desenvolver essas ideia e isso, claro, foi o mais complicado. Todo o processo demorou quase um ano.
A Joana é também uma adepta da meditação e do ioga. De que forma é que essas práticas a ajudam e se manifestaram na escrita do livro?
Acima de tudo, dão-me disciplina, que é uma coisa que sempre me faltou bastante. Porque se tiveres vontade para fazer alguma coisa, mas depois não tens disciplina para manter uma prática regular do que quer que seja, as coisas acabam um bocado por morrer, por desaparecer. O ioga e a meditação ajudaram-me muito nesse sentido. Saber que tiro tantos minutos do meu dia para fazer certa atividade — e mesmo que nos primeiros dias não sinta muita diferença — sei que passado um par de dias já sinto algo a mudar. E isso pode ser tão simples como o controlo da respiração, ou do sistema nervoso, ou outra coisa qualquer. A mim foi o que me ajudou.
O livro surge antes de engravidar, mas foi lançado depois de dar a boa nova. Como está a ser essa fase?
Está a correr muito bem. É outro desafio.
Como é que o exercício físico entra nesta altura da sua vida?
Continuo a fazer ioga, que já pratico há cerca de 10 anos, mas com menos frequência e bastante adaptado.
O que é que o desporto também lhe traz e a ajuda na parte da espiritualidade e no autoconhecimento?
O desporto que faço passa muito por ioga, Pilates e treino físico. Gosto bastante do treino de ginásio e musculação, que agora também está muito adaptado. O treino dá-me paz, dá-me a sensação de que estou a fazer por mim, a tratar do meu corpo e da minha mente. Claro que o ioga e o Pilates também me dão outras ferramentas, mais a nível de postura, de flexibilidade e mesmo de conseguir manter uma boa qualidade de vida. Mas, depois, a musculação é muito importante para a própria estrutura do meu corpo e para me sentir forte.
O que é que espera que os leitores aprendam com o journaling?
Acredito que, com o desenvolver dos temas e o poder trabalhar um determinado tema durante um mês, acabam por sentir que conseguem aplicar o que aprendem. A prática leva a que as coisas que aprendemos nos venham à cabeça de forma natural. E isso vai ajudar também as pessoas a terem discernimento sobre determinados tópicos sobre os quais, provavelmente, nem se debruçariam. E esses são muito importantes para o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos e adultos. E outro tema que surge no livro e que, normalmente, até levanta muitas duvidas é sobre a nossa criança interior. E quando pensamos nisso ficamos do género: “Criança interior? Já não sou criança há tanto tempo”. Mas quando começamos a ler e a trabalhar esse tema apercebemo-nos de que muitas das nossas reações ao longo do dia, ao longo da nossa vida até, é a nossa criança interior que está a tê-las e não o adulto. Começamos mesmo a notar e a diferenciar quando estamos a reagir com a nossa criança interior, ou com o nosso adulto. Fazemos uma auto análise muito grande e acho que é esse o segredo. Estou longe de estar evoluída, mas o trabalho que faço é o do autoconhecimento. Esse é o segredo. Apesar do cliché, quanto mais nos viramos para dentro mais conseguimos desenvolver-nos como pessoas.
Como é que o seu livro está a ser recebido?
O feedback está a ser incrível. Muito melhor do que estava à espera. Achava que ia demorar mais tempo até as pessoas comprarem e se afeiçoarem a este género de caderno espiritual. Mas não. Não há dia que não receba mensagens e fotografias nas redes sociais de pessoas com o livro. E isso é muito positivo. Umas das coisas que me dizem é que esteticamente está muito bonito. E acho que só quando o temos nas mãos é que nos apercebemos da beleza dele. Além disso é intemporal e uma ferramenta importante para o desenvolvimento.
Fonte: https://www.nit.pt/fit/o-segredo-de-joana-duarte-para-manter-o-corpo-e-a-mente-saudaveis